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Cuidados com o recém-nascido após um parto domiciliar planeado

Cuidados com o recém-nascido após um parto domiciliar planeado

Segurar o teu bebé nos braços pela primeira vez, em casa, no ambiente de amor que preparaste, é um momento mágico. Os primeiros instantes exigem alguns cuidados com o recém-nascido, que contribuem para o seu bem-estar e adaptação à vida fora do útero.

Após o nascimento do bebé, surgem naturalmente muitas dúvidas:
Que cuidados devo ter? A que sinais devo estar atenta?

Neste artigo e vídeo, partilhamos alguns cuidados básicos e cheios de carinho que fazem toda a diferença nos primeiros dias de vida do teu bebé:

 

Contacto Pele a Pele: Um Abraço que Transforma

Contacto pele com pele

O contacto pele a pele com o recém-nascido, realizado imediatamente após o nascimento e continuado nos dias seguintes sempre que possível, oferece inúmeros benefícios para o bebé e para a família.

Esta prática:

  • Promove um forte vínculo afetivo entre o bebé e os seus cuidadores, facilitando a primeira mamada e o estabelecimento da amamentação;
  • Auxilia na regulação da temperatura corporal do recém-nascido;
  • Estabiliza o seu ritmo cardíaco e respiratório;
  • Fortalece o seu sistema imunitário;
  • Acima de tudo, proporciona ao bebé uma sensação de segurança, conforto e proteção, recriando o ambiente acolhedor do útero.

 

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Imediatamente após o nascimento, o bebé é colocado no colo da mãe (ou do acompanhante, caso este tenha amparado o bebé), iniciando o contacto pele a pele. Idealmente, este contacto prolonga-se pelas horas seguintes, permitindo uma adaptação suave à vida extrauterina. O contacto pele a pele com outros membros da família também é encorajado, respeitando sempre a vontade dos pais e a situação clínica do bebé.

Durante este período, a equipa de saúde (parteiras ou outros profissionais) monitoriza atentamente o bem-estar do recém-nascido, observando a cor da pele, os seus movimentos, o padrão respiratório, auscultando os pulmões e o coração e avaliando as suas respostas aos estímulos da mãe e do acompanhante. Esta vigilância profissional assegura a deteção precoce de qualquer necessidade de intervenção.

 

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A Importância de Preservar o Vernix Caseoso e os Cuidados com a Higiene do Recém-Nascido

Nas primeiras 24 horas após o nascimento, recomenda-se adiar o primeiro banho do recém-nascido.

A substância esbranquiçada que cobre a sua pele, conhecida como vernix caseoso, oferece diversos benefícios.
Este “creme natural” é rico em substâncias protetoras e hidratantes, sendo reabsorvido pela pele do bebé, contribuindo para a sua imunidade e hidratação natural.

Apesar de o banho completo ser adiado, a higiene da zona da fralda é fundamental.
A limpeza com água morna e sabão neutro é uma opção eficaz e económica. Após a lavagem, seca cuidadosamente a pele do recém-nascido, com especial atenção às pregas. Esta prática simples, combinada com breves exposições ao sol (nos horários de menor intensidade solar e com a devida proteção), ajuda a prevenir assaduras e promove a saúde da pele.

 

Amamentação: Um Elo de Amor e Nutrição

Amamentação

As enfermeiras especialistas em saúde materna e obstétrica que acompanham o teu parto domiciliar estão preparadas para oferecer apoio especializado no início da amamentação.

Idealmente, após o nascimento, o recém-nascido é colocado em contacto pele a pele com a mãe, o que estimula os seus instintos naturais e o encoraja a procurar o peito espontaneamente. Este momento mágico, conhecido como breast crawl, permite que o bebé encontre o mamilo por si só, no seu próprio ritmo e espaço. Respeitar este processo fisiológico é fundamental para um início de amamentação tranquilo e bem-sucedido.

 

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No entanto, compreendemos que nem sempre este processo ocorre sem dificuldades.

Se surgirem desafios, como dificuldades de pega, dor nos mamilos, baixa produção de leite ou outras complicações, as nossas enfermeiras especialistas estão aptas para oferecer orientação e suporte individualizados, com técnicas e estratégias comprovadas para ajudar a ultrapassar esses obstáculos. O nosso objetivo é garantir que a sua experiência de amamentação seja positiva e gratificante.

A amamentação exclusiva, ou seja, oferecer apenas leite materno ao bebé, sem outros líquidos ou alimentos, é recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) até os 6 meses de idade.

O leite materno é um alimento completo e dinâmico, adaptando-se às necessidades do bebé ao longo do seu crescimento. Contém todos os nutrientes essenciais, como proteínas, gorduras, hidratos de carbono, vitaminas e minerais, além de anticorpos, enzimas e outros fatores imunológicos que protegem o bebé contra infeções e contribuem para o desenvolvimento do seu sistema imunitário.

A amamentação exclusiva também traz benefícios para a mãe, como a recuperação pós-parto mais rápida e a redução do risco de certos tipos de cancro.

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Cuidados e Limpeza do Cordão Umbilical: Promovendo uma Cicatrização Saudável

Cuidados e Limpeza do Cordão Umbilical: Promovendo uma Cicatrização Saudável

Após o nascimento, com o consentimento da família, o cordão umbilical, que ligava o bebé à mãe durante a gravidez, é clampeado e cortado, deixando um pequeno pedaço chamado coto umbilical. A higiene adequada desta região é fundamental para prevenir infeções e promover uma cicatrização saudável.

 

Recomendações Atuais para a Limpeza

As recomendações atuais para a limpeza do cordão umbilical focam-se na manutenção da higiene e secura, contrariando a prática anterior do uso sistemático de álcool 70%. Estudos demonstram que a limpeza com água e sabão neutro ou soro fisiológico, seguida de uma secagem cuidadosa, é igualmente eficaz e pode até acelerar o processo de queda do coto.

 

Como Limpar o Cordão Umbilical:

  • Lava bem as mãos: Antes de iniciar a limpeza, lava cuidadosamente as tuas mãos com água e sabão.
  • Reúne o material: Utiliza compressas de gaze limpas (não necessariamente esterilizadas) e soro fisiológico. Água morna e sabão neutro também podem ser usados.
  • Limpa delicadamente: Humedece uma compressa com soro fisiológico (ou água e sabão) e limpe suavemente toda a área do coto umbilical, com especial atenção à base, onde o cordão se junta ao abdómen do bebé. Remove quaisquer secreções ou crostas que possam estar presentes.
  • Seca cuidadosamente: Com uma compressa seca e limpa, seca muito bem o coto umbilical, incluindo a base e a pele ao redor. A humidade pode favorecer a proliferação de bactérias.
  • Mantém o coto arejado: Dobra a fralda abaixo do coto umbilical para evitar que este fique coberto com urina ou fezes, permitindo que a área fique arejada.

Frequência da Limpeza

Recomenda-se limpar o cordão umbilical uma vez por dia, idealmente após o banho do bebé. No entanto, se o coto ficar sujo com urina ou fezes, a limpeza deve ser feita imediatamente após a troca da fralda.

 

Sinais de Alerta

É importante estar atento a sinais de infeção, como:

  • Vermelhidão, inchaço ou calor ao redor do umbigo.
  • Mau cheiro ou corrimento com pus.
  • Sangramento excessivo.
  • Choro constante do bebé ao toque na região.

Caso observes algum destes sinais, procura imediatamente o profissional de saúde que acompanha o recém-nascido.

 

Cuidados Adicionais:

  • Não utilizes álcool 70% ou outros antissépticos, a menos que seja especificamente recomendado pelo profissional de saúde.
  • Não tentes remover o coto umbilical à força. Ele cairá naturalmente entre 7 e 21 dias após o nascimento.
  • Mantém a fralda dobrada abaixo do coto umbilical para evitar o contacto com urina e fezes.
  • Veste o bebé com roupas largas e confortáveis para permitir a ventilação da área.

 

Em resumo: A limpeza cuidadosa com soro fisiológico (ou água e sabão neutro) e a secagem completa são suficientes para garantir uma cicatrização saudável do cordão umbilical. A observação atenta e o acompanhamento do profissional de saúde são essenciais para prevenir e tratar eventuais complicações.

 

Consultas de Check-up do Recém-Nascido: Acompanhamento Essencial para um Crescimento Saudável

Consultas de Check-up do Bebé: Acompanhamento Essencial para um Crescimento Saudável

As consultas de check-up regulares são cruciais para monitorizar o desenvolvimento e a saúde do teu bebé. Estas consultas podem ser realizadas com a tua equipa de parteiras (especialmente no período pós-parto inicial), com o pediatra ou no centro de saúde. Cada profissional tem um papel importante neste acompanhamento.

 

Frequência das Consultas

A frequência das consultas varia ao longo do primeiro ano de vida do bebé, sendo mais frequentes nos primeiros meses:

  • Primeira semana de vida: Idealmente, a primeira consulta deve ocorrer entre o 3º e o 7º dia de vida. Esta consulta inicial permite avaliar a adaptação do bebé ao meio externo, o aleitamento materno e o estado geral de saúde.
  • Primeiro mês: Uma consulta no primeiro mês de vida é fundamental para verificar o ganho de peso, o desenvolvimento neurológico e despistar eventuais problemas.
  • Mensalmente até aos 6 meses: Consultas mensais são recomendadas para acompanhar o rápido crescimento e desenvolvimento do bebé.
  • Trimestralmente dos 6 aos 12 meses: A partir dos 6 meses, as consultas podem ser espaçadas para intervalos trimestrais.
  • Anualmente após o primeiro ano: Após o primeiro ano, as consultas passam a ser anuais, a menos que haja alguma necessidade específica.

 

O que esperar nas Consultas de Check-up

As consultas de check-up incluem geralmente:

  • Avaliação do crescimento: Medição do peso, altura e perímetro cefálico para acompanhar o desenvolvimento físico do bebé.
  • Exame físico completo: Avaliação dos órgãos, reflexos, pele, coração, pulmões, abdómen e genitais.
  • Acompanhamento do desenvolvimento: Avaliação do desenvolvimento motor, cognitivo e social do bebé, verificando se está a atingir os marcos de desenvolvimento esperados para a sua idade.
  • Orientação sobre alimentação: Aconselhamento sobre aleitamento materno, introdução de alimentos complementares (após os 6 meses) e nutrição infantil.
  • Vacinação: Verificação e atualização do plano de vacinação.
  • Esclarecimento de dúvidas: Espaço para os pais colocarem questões e receberem orientações sobre os cuidados com o bebé.

 

O Papel de Cada Profissional:

  • Parteiras: As parteiras têm um papel fundamental no período pós-parto imediato, oferecendo apoio à amamentação, cuidados com o bebé e acompanhamento da recuperação da mãe. Podem realizar algumas consultas de check-up nas primeiras semanas após o parto, especialmente em contexto de parto domiciliar.
  • Pediatra: O pediatra é o médico especialista em saúde infantil, responsável pelo acompanhamento regular do bebé e da criança. Realiza os exames físicos, acompanha o desenvolvimento e trata eventuais doenças.
  • Centro de Saúde: O centro de saúde oferece consultas de saúde infantil, geralmente realizadas por enfermeiros e/ou médicos de família. Estas consultas complementam o acompanhamento pediátrico e oferecem apoio à comunidade.

 

Importância das Consultas

As consultas de check-up são essenciais para:

  • Detetar precocemente problemas de saúde: Permitem identificar precocemente eventuais problemas de saúde ou atrasos no desenvolvimento, possibilitando uma intervenção atempada.
  • Acompanhar o crescimento e desenvolvimento: Monitorizam o crescimento físico, o desenvolvimento motor, cognitivo e social do bebé, garantindo que está a atingir os marcos de desenvolvimento esperados.
  • Promover a saúde: Oferecem orientações sobre alimentação, higiene, vacinação e outros cuidados importantes para a saúde do bebé.
  • Esclarecer dúvidas e oferecer apoio: Proporcionam um espaço para os pais colocarem questões e receberem apoio profissional.

 

Em resumo: As consultas de check-up são um investimento na saúde e no bem-estar do teu bebé. Ao comparecer regularmente a estas consultas, estarás a garantir um acompanhamento adequado e a promover um crescimento saudável. Lembra-te de agendar as consultas com o profissional de saúde da tua confiança e de seguir as suas orientações.

 

Informação Adicional Importante:

  • Teste do Pezinho: É crucial realizar o Teste do Pezinho entre o 3º e o 6º dia de vida do bebé. Este teste rastreia várias doenças congénitas que, se detetadas precocemente, podem ser tratadas, evitando sequelas graves.
  • Outros testes de rastreio neonatal: Além do Teste do Pezinho, existem outros testes de rastreio neonatal, como o Teste auditivo, Teste do Olhinho e Teste do Coraçãozinho, que devem ser realizados nos primeiros 30 dias e 72 horas respetivamente.

 

O Sono do Recém-Nascido: Um Alicerce para o Desenvolvimento

O Sono do Recém-Nascido: Um Alicerce para o Desenvolvimento
Foto de Bárbara Araújo

Nos primeiros meses de vida, o sono desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do bebé. É natural que o recém-nascido passe a maior parte do tempo a dormir e a alimentar-se, e é importante respeitar as suas necessidades de sono.

 

Ambiente Seguro para o Sono

A segurança é primordial na hora do sono do bebé. Para minimizar o risco de Síndrome de Morte Súbita Infantil (SMSI), sigue as seguintes recomendações:

  • Superfície firme: O bebé deve dormir num colchão firme e plano, sem almofadas, protetores de berço, brinquedos ou outros objetos soltos que possam representar um risco de asfixia.
  • Posição de dormir de costas: é recomendado o bebé ser colocado a dormir de costas, com a face virada para um dos lados.
  • Braços destapados: Certifica-te que os braços do bebé não estão cobertos por roupa de cama ou outros tecidos, para evitar que estes tapem o rosto durante o sono. Utiliza um saco de dormir adequado à idade e estação do ano, ou um lençol e manta presos até à altura do peito, com os braços de fora.
  • Temperatura adequada: O quarto deve ter uma temperatura amena, entre 18 e 20 graus Celsius. Evita o excesso de roupa e o aquecimento excessivo do quarto.
  • Quarto partilhado (nos primeiros meses): Recomenda-se que o bebé durma no quarto dos pais durante os primeiros meses de vida (idealmente até aos 6 meses), mas sugere-se que possa ser no seu próprio berço ou cama. Esta prática facilita a vigilância e o contacto próximo, o que pode ter um efeito protetor contra a SMSI.

 

Distinguir Dia e Noite

Ajudar o bebé a distinguir entre o dia e a noite é importante para o desenvolvimento de um ritmo circadiano saudável:

  • Durante o dia: Mantem a luminosidade natural no ambiente, com as janelas abertas e as luzes acesas. Os ruídos normais da casa também são benéficos. Isto ajuda o bebé a perceber que é dia e que pode haver mais atividade.
  • Durante a noite: Cria um ambiente calmo e escuro, com pouca luz e o mínimo de ruído possível. Diminui a intensidade da luz e dos sons gradualmente antes da hora de dormir.

 

Respeitar os Sinais de Sono

É importante observar os sinais de sono do bebé, como bocejar, esfregar os olhos, ficar mais quieto ou irritadiço, e colocá-lo a dormir assim que esses sinais surgirem. Respeitar o tempo de sono do bebé é fundamental para o seu desenvolvimento físico e cognitivo.

 

Em Resumo: Criar um ambiente seguro e tranquilo para o sono do bebé, distinguir entre o dia e a noite e respeitar os seus sinais de sono são aspetos essenciais para promover um descanso adequado e um desenvolvimento saudável.

 

Tempo de Qualidade com o Recém-Nascido: Construindo Laços e Estimulando o Desenvolvimento

Tempo de Qualidade com o Recém-Nascido: Construindo Laços e Estimulando o Desenvolvimento

Nos primeiros meses de vida, o tempo de qualidade com o teu bebé não se mede pela quantidade, mas sim pela intensidade e presença nos momentos partilhados. São as pequenas interações diárias que constroem laços fortes e duradouros, além de estimularem o desenvolvimento do bebé.

 

O que significa “Tempo de Qualidade” com um Recém-Nascido?

Tempo de qualidade com um recém-nascido significa estar presente de corpo e alma, dedicando atenção plena ao bebé. Não se trata de realizar atividades complexas, mas sim de aproveitar os momentos simples e preciosos do dia a dia. Algumas ideias incluem:

  • Sestas Aconchegantes: Dormir uma sesta com o bebé, em contacto pele a pele (com segurança e supervisão), promove o relaxamento de ambos, regula a temperatura do bebé e fortalece o vínculo.
  • Leitura Suave: Ler para o bebé, mesmo que ele ainda não entenda as palavras, estimula o desenvolvimento da linguagem e cria uma atmosfera calma e reconfortante. Escolhe livros com imagens contrastantes e texturas diferentes para uma experiência mais rica.
  • Conversas Delicadas: Conversar com o bebé, usando um tom de voz suave e carinhoso, ajuda-o a reconhecer a tua voz e a sentir-se seguro. Descreve o que estás a fazer, canta canções de embalar ou simplesmente conta histórias.
  • Observação Mútua: Olhar nos olhos do bebé, observando as suas expressões faciais e movimentos, é uma forma poderosa de comunicação. O bebé aprende a reconhecer as tuas emoções e a interagir contigo.
  • Momentos Musicais: Ouvir música suave e relaxante, ou cantar canções de embalar, pode acalmar o bebé e estimular o seu desenvolvimento auditivo. Experimenta diferentes estilos musicais e observa as reações do teu bebé.
  • Massagens Suaves: Massajar o bebé ajuda a relaxar os músculos, alivia cólicas e fortalece o vínculo entre vocês. Usa óleos vegetal com certificação biológica e aprende técnicas de massagem infantil.
  • Passeios Calmos: Pequenos passeios ao ar livre, em contacto com a natureza, estimulam os sentidos do bebé e proporcionam momentos de tranquilidade.

 

Benefícios do Tempo de Qualidade

Investir em tempo de qualidade com o teu recém-nascido traz inúmeros benefícios:

  • Fortalece o vínculo afetivo: As interações positivas e o contacto físico ajudam a construir uma ligação forte e segura entre o bebé e os pais.
  • Promove o desenvolvimento emocional: Sentir-se amado e seguro contribui para o desenvolvimento emocional saudável do bebé.
  • Estimula o desenvolvimento cognitivo: As interações sensoriais, como ouvir a tua voz, observar o teu rosto e tocar na tua pele, estimulam o desenvolvimento do cérebro do bebé.
  • Aumenta a autoconfiança dos pais: Ao interagirem com o bebé e perceberem as suas reações, os pais sentem-se mais confiantes nas suas capacidades de cuidar e educar.

 

Dicas Importantes:

  • Estar presente no momento: Desliga as distrações, como telemóvel e televisão, e concentra-te no teu bebé.
  • Respeitar o ritmo do bebé: Observa os sinais do bebé e respeita os seus momentos de sono e descanso.
  • Ser consistente: Procura dedicar um tempo diário para interagir com o teu bebé, mesmo que sejam apenas alguns minutos.
  • Diverte-te! Aproveita estes momentos preciosos com o teu bebé e deixa-te levar pela magia da primeira infância.

 

Em Resumo: O tempo de qualidade com o recém-nascido é um investimento valioso que traz benefícios duradouros para o desenvolvimento do bebé e para a construção de uma relação forte e amorosa.

 

Aprender a Pegar no Bebé: Suporte e Segurança nos Primeiros Meses

Aprender a Pegar no Bebé: Suporte e Segurança nos Primeiros Meses

Pegar num recém-nascido pode gerar alguma apreensão nos pais, especialmente pela fragilidade aparente do bebé. A chave é a suavidade, a atenção e, acima de tudo, o suporte adequado à cabeça e ao pescoço.

 

Por que o Suporte da Cabeça é Tão Importante?

A cabeça do recém-nascido, proporcionalmente ao resto do corpo, é bastante pesada. Nos primeiros meses de vida, os músculos do pescoço ainda são fracos e não conseguem suportar o peso da cabeça. Por isso, é fundamental oferecer suporte constante à cabeça e ao pescoço do bebé ao pegá-lo, movê-lo ou colocá-lo no berço. Este cuidado previne lesões, desconforto e sustos para o bebé. Realçamos que dar suporte é também dar liberdade para bebé mexer a sua cabeça.

 

Como Pegar no Bebé com Segurança

Aqui estão algumas dicas práticas para pegar no bebé com segurança:

  1. Lava as mãos: Antes de pegar no bebé, lava bem as mãos com água e sabão.
  2. Aproximação suave: Aproxima-te do bebé com calma e fala com ele num tom suave para que ele perceba a tua presença.
  3. Suporte da cabeça e pescoço: Desliza uma mão por baixo da cabeça do bebé, apoiando a nuca e o pescoço. A outra mão deve apoiar o rabinho e as costas.
  4. Movimentos suaves: Levanta o bebé com movimentos lentos e suaves, mantendo sempre o suporte da cabeça e do pescoço. Evita movimentos bruscos ou rápidos.
  5. Aproxima o bebé do teu corpo: Ao levantar o bebé, aproxima-o do teu corpo, mantendo-o seguro e aconchegado. Isso oferece apoio adicional e transmite segurança ao bebé.
  6. Posições para pegar no bebé:
    • Do berço: Coloca uma mão sob a cabeça e o pescoço do bebé e a outra sob o rabinho. Levanta-o suavemente e aproxima-o do teu corpo.
    • Do chão: Dobra os joelhos e não a coluna para pegar no bebé no chão. Mantem o suporte da cabeça e do pescoço e levanta-te com cuidado.
  7. Posições para segurar o bebé:
    • No colo: Apoia a cabeça do bebé na dobra do teu braço, com a tua mão a suportar as costas e o rabinho.
    • Na vertical (após algumas semanas): Quando o bebé começar a ter mais controlo do pescoço (geralmente após algumas semanas), podes segurá-lo na vertical, com a cabeça apoiada no teu ombro.

 

Dicas Adicionais:

  • Comunicação: Conversa com o bebé durante o processo, explicando o que estás a fazer. Isso ajuda a tranquilizá-lo.
  • Observação: Observa as reações do bebé. Se ele parecer desconfortável, ajusta a tua posição.
  • Paciência: Aprender a pegar no bebé com segurança requer prática e paciência. Não te preocupes se no início parecer um pouco difícil. Com o tempo, tornar-se-á mais natural.
  • Procura ajuda profissional: Se tiveres dúvidas ou dificuldades, pede orientação a um profissional de saúde, como enfermeiro, parteira ou pediatra.

 

Em resumo: O suporte adequado da cabeça e do pescoço é essencial ao pegar num recém-nascido. Movimentos suaves, comunicação e observação das reações do bebé são igualmente importantes. Com prática e paciência, tornar-se-á mais fácil e natural manusear o teu bebé com segurança e confiança.

 

Transportar o Bebé com Segurança: Em Viagens e Passeios

Transportar o Bebé com Segurança: Em Viagens e Passeios
Foto por: Bárbara Araújo

A segurança do bebé durante o transporte, seja em automóvel ou em passeios, é de extrema importância. A escolha do método de transporte adequado à idade e ao desenvolvimento do bebé é crucial para garantir o seu bem-estar.

 

Transporte em Automóvel

A segurança em viagens de automóvel exige o uso obrigatório de um sistema de retenção infantil (SRI), vulgarmente conhecido como “cadeirinha” ou “ovo”. A escolha e a utilização correta do SRI são fundamentais para proteger o bebé em caso de acidente.

  • Desde o nascimento até aos 15 meses (ou até 87 cm de altura): O bebé deve ser transportado num SRI virado para trás (sentido contrário à marcha). Esta posição oferece maior proteção para a cabeça e o pescoço em caso de colisão. O “ovo” é frequentemente utilizado nesta fase inicial, mas existem também cadeiras auto específicas para recém-nascidos que podem ser usadas desde o nascimento e que se mantêm viradas para trás durante mais tempo.
  • Dos 15 meses aos 4 anos (ou dos 76 cm aos 105 cm de altura): A criança pode continuar a ser transportada virada para trás ou, em alguns casos, passar a ser transportada virada para a frente, dependendo do SRI e das suas características. No entanto, a recomendação atual é manter a criança virada para trás o máximo de tempo possível, idealmente até aos 4 anos de idade.
  • Dos 4 aos 12 anos (ou dos 100 cm aos 150 cm de altura): A criança deve utilizar uma cadeira elevatória com encosto ou um assento elevatório (“booster”) com cinto de segurança do automóvel.

 

Recomendações Importantes para o Transporte em Automóvel

  • Escolhe o SRI adequado: Certifica-te de que o SRI é adequado ao peso e à altura do bebé. Consulta as etiquetas e as instruções do fabricante.
  • Instalação correta: Segue rigorosamente as instruções do fabricante para a instalação do SRI no automóvel. Uma instalação incorreta pode comprometer a segurança do bebé. O sistema ISOFIX facilita a instalação e reduz o risco de erros.
  • Posicionamento correto do bebé: Ajusta os cintos do SRI de forma a que fiquem firmes, mas sem apertar demasiado o bebé.
  • Nunca transportes o bebé ao colo: Mesmo em trajetos curtos, nunca transportes o bebé ao colo. Em caso de acidente, a força do impacto torna impossível segurar o bebé.
  • Desativa o airbag frontal: Se o SRI for instalado no banco da frente (o que não é recomendado, a menos que seja absolutamente necessário), desativa sempre o airbag frontal.

 

Babywearing (Porteio de Bebé)

O babywearing é uma prática que consiste em transportar o bebé junto ao corpo, utilizando um suporte como um pano, um sling, um marsúpio ou uma mochila ergonómica. Oferece inúmeros benefícios para o bebé e para os pais, mas é fundamental escolher o método e a técnica adequados à idade e ao desenvolvimento do bebé.

  • Escolhe o suporte adequado: Existem diferentes tipos de suportes de babywearing, cada um com as suas características e indicações. Consulta um especialista em babywearing ou informa-te sobre as características de cada suporte para escolher o mais adequado para ti e para o teu bebé.
  • Técnica correta: Aprender a técnica correta de utilização do suporte é essencial para garantir a segurança e o conforto do bebé. Certifica-te de que o bebé está posicionado de forma ergonómica, com as pernas em “M” (posição de rã) e o suporte a sustentar a sua coluna vertebral em forma de “C”. A cabeça deve estar sempre suportada, especialmente nos primeiros meses.
  • Posição “barriga com barriga”: Nos primeiros meses, a posição “barriga com barriga” é a mais recomendada, permitindo o contacto visual e o apoio adequado da cabeça e do pescoço.
  • Segurança em primeiro lugar: Verifica sempre se o suporte está bem ajustado e se o bebé está seguro antes de iniciar qualquer atividade.

 

Recomendações Importantes para o Babywearing:

  • Informa-te: Procura informações de fontes confiáveis sobre babywearing e, se possível, consulta um especialista certificado.
  • Pratica em casa: Antes de sair para a rua, pratica a colocação e a remoção do bebé no suporte em casa.
  • Observa o bebé: Está atento aos sinais do bebé. Se ele parecer desconfortável ou irritado, ajusta a sua posição ou interrompe o porteio.

 

Em Resumo: O transporte seguro do bebé exige atenção e cuidado. A utilização correta do SRI no automóvel e a escolha adequada do método e da técnica de babywearing são fundamentais para garantir a segurança e o bem-estar do teu bebé em todas as situações.

 

Criar um Lar “Baby-Friendly”: Segurança e Liberdade para o Teu Bebé Explorar

Criar um Lar "Baby-Friendly": Segurança e Liberdade para o Teu Bebé Explorar

À medida que o seu bebé cresce e começa a explorar o mundo à sua volta, tornar a casa um ambiente seguro torna-se uma prioridade. Adaptar o espaço para as novas capacidades e curiosidades do bebé permite-lhe desenvolver-se com confiança e liberdade.

 

Duas Abordagens para a Segurança em Casa

Existem duas abordagens principais para criar um ambiente seguro para o bebé: adaptar toda a casa ou criar uma zona dedicada a ele. Ambas as opções têm as suas vantagens, e a escolha dependerá das suas necessidades e da configuração da sua casa.

 

  1. Adaptação Progressiva da Casa:

Esta abordagem consiste em observar atentamente o bebé e identificar os potenciais perigos à medida que ele se desenvolve. Ao acompanhar as suas novas habilidades, como gatinhar, andar e alcançar objetos, pode ir implementando as medidas de segurança necessárias.

  • Observar e antecipar: Coloca-te na perspetiva do bebé, gatinhando pela casa, para identificar potenciais perigos que possam passar despercebidos a um adulto.
  • Proteger as zonas de risco:
    • Tomadas: Utiliza protetores de tomadas em todas as tomadas acessíveis ao bebé.
    • Esquinas e arestas: Aplica protetores de silicone ou espuma nas esquinas de móveis, mesas e bancadas.
    • Cabos elétricos: Mantem os cabos elétricos fora do alcance do bebé, utilizando organizadores ou prendendo-os às paredes.
    • Escadas: Instala portões de segurança no topo e na base das escadas.
    • Janelas e varandas: Certifica-te de que as janelas e varandas têm grades de segurança ou limitadores de abertura.
    • Móveis instáveis: Fixa móveis altos e instáveis à parede para evitar que tombem.
    • Objetos pequenos: Remove objetos pequenos que possam ser engolidos, como moedas, botões e peças de brinquedos.
    • Produtos de limpeza e medicamentos: Guarda produtos de limpeza, medicamentos e outros produtos tóxicos em locais altos e fora do alcance do bebé, preferencialmente em armários com trancas de segurança.
  • Reavaliação constante: À medida que o bebé cresce e desenvolve novas habilidades, continua a reavaliar a segurança da casa e a fazer as adaptações necessárias.

 

  1. Criar uma Zona Dedicada ao Bebé:

Esta abordagem consiste em designar uma área específica da casa para o bebé, onde ele possa brincar e explorar com segurança. Esta zona deve ser livre de perigos e estimulante para o seu desenvolvimento.

  • Escolher o local ideal: Seleciona um espaço amplo e seguro, de preferência com boa iluminação natural e sem acesso a escadas ou outras zonas perigosas.
  • Delimitar o espaço: Utiliza tapetes de atividades ou grades de segurança para delimitar a zona do bebé.
  • Equipar com segurança: Certifica-te de que a zona está livre de objetos perigosos e que os móveis são seguros e adequados à idade do bebé.
  • Estimular a exploração: Disponibiliza brinquedos adequados à idade do bebé, que estimulem os seus sentidos e o seu desenvolvimento motor.

 

Vantagens de Cada Abordagem:

  • Adaptação progressiva: Permite uma adaptação gradual e personalizada às necessidades do bebé, sem grandes alterações na decoração da casa.
  • Zona dedicada: Oferece um espaço totalmente seguro e controlado para o bebé explorar, permitindo aos pais maior tranquilidade.

 

Este é um momento mágico e especial. Cada interação com o teu bebé, cada sorriso e cada descoberta, são momentos únicos que ficarão para sempre na vossa história. Criar um ambiente seguro e estimulante é um ato de amor que contribui para o desenvolvimento feliz e saudável do seu filho.

 

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Quem escreveu este artigo:

Raquel Cajão

Mamã de 1 menino, Enfermeira há 21 anos, Enfermeira Especialista em Saúde Materna e Obstétrica – Parteira – há 14 anos, Mestre em liberdade de movimentos e posicionamentos dentro e fora de água, autora do e-book “Parto em casa planeado e executado em Portugal” e uma das autoras do podcast Parto à Parte.
Trabalha há cerca de 11 anos com a Mulher e a sua família que escolhe ter o seu parto em casa.
 
Acredita na Mulher como geradora de vida, capaz de dar à luz (parir) de forma espontânea e natural e no nascimento como um momento único na vida de uma mulher, acompanhante e sociedade, que traz transformação e consciência.